Era manhã de uma segunda-feira, tudo parecia normal na escola, não havia muitos alunos, mas já era algo esperado diante daquela situação. Fomos para a sala de aula, que naquele dia estava com um número um tanto reduzido (cerca de 14 alunos), e começamos a confeccionar cartazes para a aula de Literatura. Pouco tempo depois, ao descermos para o andar térreo, presenciamos um número ainda menor de pessoas, nos deparamos com os corredores parcialmente vazios.
Tivemos que ligar para nossos pais,
pedindo autorização para voltar para casa (não podíamos mais ficar ali), fomos
recomendados a aguardar novas instruções. A partir daquele dia não pude mais
voltar para lá... O tempo passou e a situação só piorou, dificultando ainda
mais nossa volta. Porque tudo isso aconteceu? Ainda não sei responder, só o que
sei é que desde que essa pandemia começou, minha vida mudou radicalmente.
Nunca pensei que para sair de casa seria
necessário usar máscaras, lembro-me que antigamente nenhum estabelecimento nos
permitia entrar ocultando nossa face, seja com capacetes, toucas ou qualquer
outro objeto. E agora, nem se quer podemos distinguir ou simplesmente apreciar
o sorriso de alguém.
De repente, monumentos espalhados por todo
o mundo, amanheceram com o rosto coberto por máscaras usadas para proteger a
respiração de humanos, e explicitam uma única certeza. Fazendo assim, muitos de
nós, que estamos acuados em meio a esse caos, sobreviveremos. O “sobreviver”
nunca esteve tão em nossas mãos.
Autor: Rafael E. Fosaluza da Silva
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