Crônica: O Voo da Borboleta

    


     Naquela tarde de sexta-feira, batia o cansaço decorrente de uma semana cheia, muitos trabalhos e muitos afazeres. Andava pelo meu quintal, apreciando as lindas flores que por aqui não faltam (rosas, orquídeas, suculentas).  Fiquei fascinado com tamanha beleza, até que surgiu uma linda borboleta, pousou sobre as pétalas da roseira, tornando minha visão ainda mais agradável. Aquele momento me proporcionou sentimentos únicos e fotos incríveis.

     Todos pensam que ela é frágil. Quem sabe algo, tem certeza de que vive pouco e a admira justamente por isso, pela brevidade de sua existência. Sua força está em sua delicadeza, qualidade rara nos nossos dias assertivos, barulhentos, explícitos.

    Ou talvez esteja principalmente em sua beleza. Sim, de fato, ela é acima de tudo bela, com suas cores e matizes surpreendentes. Ficamos vidrados quando passa por nós, hipnotizados pelos desenhos caprichosos de suas asas.

     Mas se engana quem pensa que sua quietude e suavidade são sinais de fraqueza. Tive certeza do contrário quando presenciei aquela cena pela manhã e depois fui pesquisar mais sobre, vi um documentário sobre a migração das Monarcas, um tipo de borboleta que atravessa milhares de quilômetros, toda a extensão de um continente – a América do Norte – para procriar em uma floresta no cimo de uma montanha, no México.

     Se há um lugar no mundo que eu gostaria de conhecer é essa mata, sagrada, abençoada, que recebe milhões de monarcas e as acolhe entre os ramos altos de suas árvores, na umidade de seu verde e no silêncio quebrado apenas pelo vento. Queria estar lá de braços abertos para recebe-las quando chegam de sua longa viagem, exaustas e belas. Mas enquanto isso não é possível, continuo por aqui apreciando-as em meu jardim, e escrevendo tudo em detalhes para você!

 

Autor: Rafael E. Fosaluza da Silva

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