Estávamos sentados no estacionamento de motos da escola, eu e minhas
duas amigas de classe (melhores amigas aliás), e como quem não tem o que fazer
em um longo intervalo que parecia não ter fim, decidimos sentar e conversar.
Observávamos a grama verde, que crescia em meio ao cimento, as paredes com a
pintura um pouco desgastada, com sinais do tempo...
Durante a conversa, coloquei minha mão
entre meu casaco e de lá tirei uma moeda, que aliás nem lembrava da existência.
As meninas expressaram surpresa, o que já era esperado, pois estava um dia
quente e pensávamos em comprar um sorvete para refrescar. Eu, como sempre
desastrado, acabei por derrubar a moeda, que rodou e caiu dentro de uma pequena
galeria que havia ali. Não faltaram risadas naquela hora, nossa única moeda, se
encontrava lá dentro e brilhava em meio as folhas. Não era tão fundo (quase
dois palmos), mas havia uma grade que nos impedia de alcança-la.
A situação era engraçada e vergonhosa,
optamos por tentar alcançar a moeda usando gravetos que por sinal, não nos
faltaram. Foi uma tentativa falha, que resultou em ainda mais risadas.
Estávamos nos divertindo tanto em meio aquilo tudo, que nem percebemos que um
casal de amigos se aproximava. Quando me deparei, eles já estavam ao meu lado
questionando o que acontecia, fiquei vermelho de vergonha.
Tudo ficou ainda melhor quando eles
decidiram nos ajudar, levantaram a grade e pegaram a moeda. Eu não sabia qual
reação expressar, as meninas riam bastante, eu só me questionava: “Como não pensamos
nisso antes? ”. A partir daquela hora ficamos com tanta vergonha que até
desistimos de comprar o sorvete. Voltamos para a sala ainda rindo e, até hoje
não sentamos mais perto daquela mísera galeria.
Autor: Rafael E. Fosaluza da Silva
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