Quando era menor, minha casa estava sempre perfumada pelos aromas exalados pela cozinha. Tive a sorte de conviver com minha avó e minha mãe, que aliás mandam super bem no fogão, cada uma com sua especialidade própria. Decididamente, esta experiência despertou meu interesse pela gastronomia. O pequeno garoto mantinha os olhos e o estômago inquieto quando o assunto era o preparo de refeições.
Durante minhas visitas diárias pela
cozinha, ficava observando cada detalhe com real interesse. Prestava bastante
atenção no modo como se moviam, a forma como picavam os ingredientes e a
maneira como experimentavam o ponto do sal, tinham a precisão e a dramaticidade
de uma cena exaustivamente ensaiada.
Mais tarde, quando a gastronomia deixou de
ser somente um tema de interesse e passou a se tornar um hobbie, comecei a
cozinhar para a família, ficava atento a tudo, mas a parte mais legal era a
hora da montagem dos pratos. Fazia aquele típico formato do “arroz na xícara”
igual aos de restaurantes e depois, sobrepunha os outros ingredientes ao lado.
Mas o prazer de cozinhar só era superado
pelo sorriso de satisfação, que era expressado pelas pessoas que se deliciavam
com seus pratos e em algumas vezes, suas criações arriscadas, que não sabe se
daria certo ou não, mas preferia correr o risco e inovar um pouquinho. Como
todo o Chef, tinha meus “segredinhos” que eu escondia a sete chaves e não
revelava a ninguém, mesmo sabendo que na maioria das vezes ele já estava mais
óbvio do que parecia.
Autor: Rafael E. Fosaluza da Silva
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