Sem dúvidas, minha formatura do ensino
fundamental foi uma cerimônia muito emocionante. Muito mais do que receber um
simples diploma, saber que concluímos mais uma etapa, despertou sentimentos
mágicos, dentro de cada um de nós. Esse é momento em que muitos dos alunos
(formandos) acham que recebem a recompensa por todos os anos de luta e de
paciência (por aguentar todas as aulas, até mesmo as que não lhes agradavam).
Formando tem mania de achar que a sua
formatura é resultado e coroamento de um sacrifício seu, ímpar, sem igual, como
se lhe tivessem submetido a tortura. Sei não... Estudar, antes de ser
sacrifício, é disciplina. E outra coisa, anseia pela formatura como preso pela
liberdade. Mal sabe o que o espera no day after! Depois, por exemplo, do
segundo grau vem a escolha da profissão e o vestibular. E depois da graduação,
o formando fica com o “canudo” na mão, sem saber o que fazer dele. Aí aquele
sonho realizado vira pesadelo, da noite para o dia, instantaneamente.
Antes mesmo da cerimônia, já começa a
indecisão, na hora de escolher o vestido, o terno, ou a preocupação de escolher
a cor da gravata. Para as meninas ainda é um pouquinho mais complicado, cabelo,
maquiagem, sapato, tudo tem que estar em total harmonia com o vestido. Os meninos
se preocupam com o penteado a usar, se embolam um pouco na hora de dar o nó na
gravata, mas tudo se ajeita.
Já a festa... Ahhh, nem se fala!! São
geralmente imbatíveis. Tudo do bom e do melhor. Os alunos todos nos trinques
“as meninas tal qual noivas, os homens tal qual noivos e os convidados tal qual
padrinhos, em dia de casamento”, como se houvesse inúmeros holofotes a iluminar
cada um dos participantes da festa. Todos iluminados, limpos, impecáveis,
cheirosos, chiques, alegres, satisfeitos até o raiar do dia “acaba não, mundão!
”. Afinal, a turma toda ajunta dinheiro, muito dinheiro “e até de fato se
sacrifica” durante meses, anos, quase todo ele revertido para a festa, bendita
festa!
Autor: Rafael E. Fosaluza da Silva
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