Crônica: A Cosmologia da Vida

 

    Eu sempre gostei de olhar para o céu à noite, desde pequeno. Achava incrível o fato de algumas estrelas brilharem para nós, mas nem estarem de fato ainda no céu. Algumas, inclusive, não eram estrelas na verdade, mas planetas. Os mistérios do universo sempre atraíram minha atenção e curiosidade.

    Na época da escola, ainda nos estudos de Ciência, a professora ensinava sobre a nossa galáxia e sobre como a lua influencia as marés e a Terra gira em torno do sol. A Terra gira! Incrível isso porque ao que parece, quando observamos o passar do dia, o nosso planeta fica parado e o sol que gira. Mas isso é apenas uma ilusão.

   Inúmeras foram as vezes em que fiz pedidos a estrelas cadentes. Passando bem rápido próximas à crosta. Deixando aquele rastro de fogo no céu. Já pedi tantas coisas a elas que não me recordo bem se algum desses pedidos foi de fato atendido. Ou se eu até hoje ainda desejo as mesmas coisas.

  Uma vez, inclusive, testemunhei uma chuva de meteoros. Mas calma, nenhum deles caiu por aqui. Deitei em frente à barraca do acampamento escoteiro, e fiquei observando. Sem dúvidas, uma das cenas mais lindas que já presenciei em toda a minha vida. Me senti apenas mais uma partícula em meio à imensidão.

       Às vezes é tão bom a gente se sentir assim. Apenas uma partícula, um grão de areia, uma gota no oceano. É tão bom a gente se permitir fluir como o vento ou a água, moldando-se ao que a vida nos proporciona – sem reclamar –, sabendo desviar dos obstáculos e ser grato (a) por participar do clico da existência.

        Somos parte de um plano divino (ou como queira chamar) inteligente que, apesar de poder sobreviver e produzir tudo sozinho, nos permite atuar como pequenas partículas da criação. Nos dá a permissão e dádiva de podermos trabalhar em prol do bem, que é o combustível que rege, move, conecta e mantém a vida. E isso é espetacular! Por isso, eu aprendi observando o céu, que somos grandes, eternos e também pequenos.

       Somos partes de um todo e sem nós, o todo seria um pouco menor. Só você sabe ser quem é. Só você escreve da sua maneira, só você sabe cuidar das plantas da sua maneira. Só você trabalha, perdoa, acredita, desiste, persiste da sua maneira. E se só você pode ser você, e apenas eu poderia ser eu, somos importantes. Estamos aqui em uma missão. O astronauta, você, eu, a Terra que gira em torno do sol, e o sol que em troca nos proporciona a luz. Todos aqui somos partículas que nos mantém vivos.  Só por hoje, acredite nisso e permita-se fluir.

 

Autor: Rafael E. Fosaluza da Silva.

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